Nome cientifico : Copaifera officinalis
Família botânica : Leguminosae
Origem : Vegetal ( Brasil = Manaus).
Introdução
Encontrada na floresta Amazônica e demais regiões como : Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, Pará, São Paulo, Paraná e nas partes mais úmidas do Nordeste, a copaíba (Copaifera sp) ou Copaibeira, pertencente à família da Leguminosae-Caesalpinioideae , é uma árvore muito frondosa, com folhagem densa, de grande porte e de madeira avermelhada, também encontrada na África tropical, Antilhas, Colômbia, Guianas, México e Venezuela.
Extraído por meio de uma incisão no tronco, o bálsamo da copaíba, conhecido como óleo, já era utilizado pelos índios brasileiros, quando os portugueses aqui chegaram; depois, foi também utilizado pelos jesuítas. O bálsamo é uma secreção vegetal complexa, com odor aromático característico, rica em diversos princípios ativos e produzidos por várias espécies vegetais. Durante sua formação, o bálsamo é acumulado em cavidades do tronco e, através de furos, é extraído artesanalmente, apenas uma vez ao ano, com auxílio de tubos ou canaletas. Acredita-se que o uso terapêutico desse óleo pelos indígenas tenha-se baseado na observação do comportamento de certos animais que, quando feridos ou picados por insetos e bichos peçonhentos, esfregavam-se nos troncos das copaibeiras.
O óleo, de sabor amargo, depois de filtrado, apresenta uma consistência oleosa e tonalidades que variam da cor amarelo-pálida a pardo-esverdeada, com ligeira fluorescência. Os diversos tipos de óleos da copaíba podem apresentar diferentes características: branco aquoso, amarelo e de cor escura e mais consistente do que outros. A quantidade de óleo produzida e a sua consistência dependem de fatores como :clima, solo, idade da árvore, estado de saúde do tronco e modo de explorar a árvore.
O óleo-resina de copaíba é uma substância natural (Cascon & Gilbert, 2000) composta de uma parte sólida (Rigamonte Azevedo et al., 2004), resinosa não volátil (Lloyd, 1898) formada por ácidos diterpênicos (Cascon & Gilbert, 2000; Rigamonte Azevedo et al., 2004; Veiga Junior et al., 2005; Oliveira et al., 2006; Ramos, 2006) responsável por 55 a 60 % do óleo (Rigamonte Azevedo et al., 2004), que, segundo Freire et al. (2006), é utilizada como bálsamos, diluída na outra parte, um óleo essencial (Lloyd, 1898; Cascon & Gilbert, 2000; Rigamonte Azevedo et al., 2004), composto de sesquiterpenos (Rigamonte Azevedo et al., 2004; Araújo Júnior et al., 2005; Veiga Junior et al., 2005; Oliveira, et al., 2006; Ramos, 2006). Estes podem ser divididos em sesquiterpenos oxigenados (álcoois) e hidrocarbonetos sesquiterpênicos (Cascon & Gilbert, 2000) que, segundo Maciel et al. (2002), possuem maior atividade antiinflamatória quando comparados aos outros dois grupos presentes.
Os principais sesquiterpenos encontrados no óleo-resina da copaíba são: ?-cariophileno (Craveiro et al., 1981), que possui comprovada ação antiinflamatória, antibacteriana, antifúngica e antiedêmica (Veiga Junior & Pinto, 2002; Oliveira et al., 2006; Ramos, 2006), a ?-bisaboleno (Maciel et al., 2002; Veiga Junior & Pinto, 2002; Oliveira et al., 2006; Ramos, 2006), com propriedades descritas como antiinflamatórias e analgésicas (Oliveira et al., 2006; Ramos, 2006), além do ?-humuleno, a e ?-selineno (Veiga Junior & Pinto, 2002; Oliveira et al., 2006; Ramos, 2006), ?-bisabolol, ?-elemeno (Maciel et al., 2002; Veiga Junior & Pinto, 2002), ?-cadineno (Maciel et al., 2002; Veiga Junior & Pinto, 2002; Silva et al., 2006), ?-cadinol (Veiga Junior & Pinto, 2002), entre muitos outros. Segundo Silva et al. (2006), o óleo essencial extraído das folhas da copaibeira possui composição semelhante à da parte volátil sesquiterpênica do óleo-resina, com substâncias como ?-cariophileno, cadinol, Germacreno D e B e ?- cadineno.
Importante
- Aplicações cosméticas e farmacólogias ( apenas pasta de dentes e outros cosméticos que entram em contato com mucosa) , uso externo.
Referências Bibliográficas- BARATA, L.E.S.; MENDONÇA, C. Copaíba: propriedades farmacológicas, etnofarmacológicas, usos. Rio de Janeiro: GEF/Instituto pró-natura, 1997. 31p.
- BLOISE, M.I. Óleos vegetais e especialidades da floresta amazônica. Cosmetics & Toiletries, v.15, n.5, p. 46-9, 2003.
- CASCON, V.; GILBERT, B. Characterization of the chemical composition of oleoresins of Copaifera guianensis Desf., Copaifera duckei Dwyer and Copaifera multijuga Hayne. Phytochemistry, v.55, n.7, p.773-8, 2000.
- CRAVEIRO, A.A. et al. Óleos essenciais de plantas do Nordeste. Fortaleza: Editora UFC, 1981. 150p.
- LOUREIRO, A. Essências madeireiras da Amazônia, Manaus: INPA/CNPq, 1979. v.1, 125p.
- Pieri, F.A.; Mussi, M.C.; Moreira, M.A.S. Óleo de copaíba (Copaifera sp.): histórico, extração, aplicações industriais e propriedades medicinais. Revista Brasileira de Plantas Medicinais. 2009. Vol. 11.
- VEIGA JUNIOR, V.F.; PINTO, A.C. O Gênero Copaifera L. Química nova, v.25, n.2, p.273-86, 2002. V
- VEIGA JUNIOR, V.F. et al. Plantas medicinais: cura segura. Química nova, v.28, n.3, p.519-28, 2005.